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Foto do escritorAlex Stein

A Arte que nos Habita

Atualizado: 24 de jul. de 2021


Eternos Caminhantes - Lasar Segall



Antes de começar a falar sobre o tema desse texto, gostaria muito de fazer umas perguntas para que você reflita um pouco antes do que vou discutir nesse artigo:


  • O que significa arte para você?

  • Onde podemos encontrá-la?

  • Quem são, ou quem pode ser chamado de artista?

  • O que define a arte?

  • Existe alguma arte que não mereça ser chamada de arte?


Faz um tempo que tenho reparado o crescimento de comentários nas redes sociais, afirmando que determinada coisa não é arte. Já vi postagens dizendo que o funk não é arte, ou que determinada mostra, como a de nu corporal, por exemplo, também não é. Os exemplos são os mais diversos e referem-se a inúmeros campos, do musical ao sensorial.


Será que é possível afirmar que determinada expressão humana não é arte, depois de saber que ela está intimamente ligada às emoções daquele que a cria?


Será que podemos dizer que algo não é arte depois que compreendemos que arte é subjetivismo puro, ou seja, está ligada ao que se pensa dela, seja por quem a criou, ou por quem recebeu o estímulo dela?


Com essas informações, parece que a conta não fecha, já que eu posso achar que algo que fiz é arte, enquanto ninguém mais pensa o mesmo.


E é isso mesmo. Pois a arte está no sentimento de quem transmite uma sensação (que mexa com um, ou mais, dos nossos 5 sentidos) assim como no sentimento de quem recebeu tal estímulo sensorial.


Ou seja, tudo é arte... e nada é arte!


OI?????


Sim, pois esta definição também depende do julgamento de quem interage com ela.

Logo, algo que é considerado arte para alguém pode não ser considerado arte pelo receptor do estímulo. É como se eu achasse que a “Mona Lisa” não é arte, porque eu não gosto desse quadro do Leonardo Da Vinci. Só que esse julgamento só vale para mim (ou quem mais pensar da mesma forma que eu), pois o que é arte para você, pode não ser para outra pessoa. A palavra-chave aqui é, novamente, SUBJETIVISMO, ou, ponto de vista pessoal. Mais ou menos como gostar de determinado paladar, ou não.


É claro que existe um mercado “artístico” e, como tudo na nossa vida que está à venda, vai depender da “análise” de “especialistas” que vão qualificar e, consequentemente, quantificar quanto vale determinada “obra” artística. Mas isso é papo para um outro texto, que podemos discutir em outro momento. Por hora, aconselho você a dar uma lida nesse link, que explica de forma mais detalhada o que eu acabei de discutir até aqui, assim como esse outro, que explica o que é Estética e como ela busca compreender as emoções, ideias, e julgamentos que são despertados em alguém exposto a determinada “arte”.


Feio, belo, prazeroso, angustiante, alegre, triste são alguns dos conceitos subjetivos (olha o ponto de vista pessoal aqui de novo) que vão fazer você definir o que é arte para você.


Porém, eu gosto muito de um conceito que ouvi de um cientista acadêmico no assunto (alguém formado em artes) que disse certa vez que arte é a “expressão do indivíduo”. Logo, se cada indivíduo possui histórias de vida, conhecimentos, experiências, culturas, amizades, capacidades (entre tantos outros elementos que o constituem) diferentes entre si, é impossível alguém dizer categoricamente que determinada coisa é, ou não, arte de forma UNIVERSAL, ou seja, que algo é, ou não é, arte para TODOS


O nazismo fez algo muito parecido, ao afirmar taxativamente de “arte degenerada” os movimentos artísticos que não possuíam o ideal de beleza clássico e naturalista, o chamado Deutsche Kunst (arte alemã). E foi além, na busca do “ideal artístico”: Todos aqueles que produzissem qualquer tipo de “arte degenerada” eram presos, ou mesmo levados a campos de concentração. E é exatamente esse momento nefasto da nossa história que nos mostra o quanto a intolerância, inclusive no campo artístico, é nociva à nossa sociedade. Sugiro aqui assistir o documentário sueco ARQUITETURA DA DESTRUIÇÃO (link), de 1989, que mostra como o nazismo tentou “purificar” a terra alemã no campo artístico.


O que podemos tirar de tudo isso, após notar esse crescente alvoroço nas mídias sociais de que algo é, ou não, arte? Ou que determinado movimento artístico é detestável?


Primeiramente, que as mídias sociais só potencializam algo que existe na nossa sociedade desde sempre: discussões e polêmicas sobre fatos do cotidiano. O que me leva a minha segunda análise, e mais importante de todas: precisamos mudar a nossa forma de ser. Precisamos ser cidadãos melhores, pois só assim teremos uma sociedade melhor.


Eu posso não curtir determinado tipo musical, e nem por isso ele será (ou não) considerado arte pelo resto do mundo. Gosto é gosto. E o meu, assim como seu, foi construído através do tempo, pelos grupos sociais em que nascemos e fomos criados, pelos convívios que tivemos, pela história que vivemos... e ainda vivemos.


Então, sabe aquele estilo musical que você detesta? Deixa os outros curtirem. E sabe aquele que você ama? Aproveite! Ele é a sua arte! Curta com todo o prazer!


Só não obrigue os outros a escutarem o que você gosta, como aquele pessoal que leva caixa de som pra praia, obrigando os outros a escutarem algo que pode não ser do agrado deles. Seja educado. Mostre que você é cidadão e... leve um fone de ouvido. Já pensou se eu levar uma caixa de som e obrigar você a escutar um estilo musical que você detesta?


Uma sociedade melhor é respeitar que cada um tem uma arte pra curtir e apreciar, sem obrigar os outros a gostarem do que você gosta.


E pra colaborar na criação dessa sociedade melhor, a CIVISPORÃ produz camisetas para nós, seres humanos, e nossos amigos peludos, com textos cujo propósito é conscientizar a população de que a sociedade atual é o resultado daquilo que somos no dia a dia, e de que nossas atitudes podem transformar a sociedade, positiva – ou negativamente.


Alguns dos textos estampados nas camisetas podem parecer um pouco duros, pois repreendem atitudes prejudiciais; outros apresentam um convite a juntar “lé com cré”; outros são motivacionais. Mas todos eles nos fazem pensar e possuem o mesmo objetivo: lembrar que somos nós que construímos o Brasil e que cabe a nós melhorar a nossa sociedade. Sociedade esta que se iniciou no encontro dos colonizadores portugueses com os nativos indígenas que aqui já viviam.


E é refletindo esse início do nosso país que está estampado o proprósito fundamental da CIVISPORÃ:

CIVIS: Sociedade, em Latim.

PORÃ: Bom, bonito, melhor, em Tupi.


Até a próxima e que todos nós brasileiros tenhamos a nossa desejada CIVISPORÃ!

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